Decidi iniciar um processo de afastamento da civilização, em seu produto geral, embora queira manter minhas relações com as pessoas.
Um dos principais produtos da civilização é a desvalorização da vida, em nome do poder e do acúmulo de bens materiais. Os veículos que mais propagam essa desvalorização são os meios de comunicação, sobretudo em seus noticiários. Por isso mesmo, não mais assisto e nem leio jornais. Certamente isso me deixará “desatualizado”, mas não me importo. Cansei de ver as mesmas tragédias; a mesma falta de ética dos políticos; o pânico anunciado, acompanhado pelas promessas de segurança das campanhas publicitárias ou de candidatos a algum cargo; a ascensão e queda dos ídolos da TV, da música ou do cinema, enfim, toda uma ideologia midiática que cria manias, desejos, ansiedades e falsas necessidades para depois apresentar a solução com a mercadoria “adequada”.
Sem dúvida, estarei a conviver com os outros como um alienígena, pois falarão sobre assuntos que desconhecerei; de produtos que não comprarei; de ídolos que não adorarei e de valores que jamais vivenciarei. Serei confundido com um ignorante e, a bem da verdade, prefiro isso a alimentar minha alma com o que a máquina terrorista dos meios de comunicação prioriza em suas informações. Não descartarei os filmes, a música, o entretenimento saudável. Não quero conteúdo filosófico – para isto existem os livros – quero conteúdo artístico; Não quero realidade distorcida pelos interesses dos donos das emissoras ou dos jornais, quero ver os avanços da tecnologia gráfica e suas inovações estéticas; Não quero assimilar valores duvidosos, mas quero entender a que propósito eles estarão servindo; Não quero exercitar minha agressividade através dos bandidos super expostos e que tanta audiência promovem; Não quero ver violência, portanto, não me perguntem sobre a guerra. Talvez responda que o pivô de todos os conflitos seja a indústria de armas.
Como a vida não se resume aos meios de comunicação, seguirei meu caminho cultivando o “bom dia”, plantando o “muito grato” e semeando o “pode passar”. Vivendo de forma simples. Elevando-me à categoria dos pássaros, das flores, das plantas, enfim, dos outros entes da Natureza, dona dos nossos destinos e portadora das notícias verdadeiras sobre nós e o mundo. Por estarmos atentos ao que os meios de comunicação dizem, não percebemos a mensagem que a todo instante a Natureza nos passa: Construam seus castelos de poder; inventem seus deuses; desenvolvam suas técnicas e sonhem com o controle da vida e da morte, mas saibam que eu tenho o controle do universo ou o descontrole do universo me tem. Não se preocupem com o juízo final, pois ninguém será punido mais do que já é pela ignorância de si mesmo.
Não quero acompanhar a civilização e seus grandes feitos. Quero purificar-me dos males que ela já me causou e ainda me causa. Quero exorcizar a culpa que se alojou em minha cabeça e que as religiões - doenças culturais quase incuráveis - potencializam com seus mártires e doutrinas. Não quero confessar-me com padres, policiais, psiquiatras ou jornalistas. Meu único confessor de total confiança é a minha consciência e ela já me perdoou. Portanto, estou livre. Seguirei meu caminho pelo céu da Natureza, desviando das armadilhas do inferno que é a civilização.
Paulo Viana
Um dos principais produtos da civilização é a desvalorização da vida, em nome do poder e do acúmulo de bens materiais. Os veículos que mais propagam essa desvalorização são os meios de comunicação, sobretudo em seus noticiários. Por isso mesmo, não mais assisto e nem leio jornais. Certamente isso me deixará “desatualizado”, mas não me importo. Cansei de ver as mesmas tragédias; a mesma falta de ética dos políticos; o pânico anunciado, acompanhado pelas promessas de segurança das campanhas publicitárias ou de candidatos a algum cargo; a ascensão e queda dos ídolos da TV, da música ou do cinema, enfim, toda uma ideologia midiática que cria manias, desejos, ansiedades e falsas necessidades para depois apresentar a solução com a mercadoria “adequada”.
Sem dúvida, estarei a conviver com os outros como um alienígena, pois falarão sobre assuntos que desconhecerei; de produtos que não comprarei; de ídolos que não adorarei e de valores que jamais vivenciarei. Serei confundido com um ignorante e, a bem da verdade, prefiro isso a alimentar minha alma com o que a máquina terrorista dos meios de comunicação prioriza em suas informações. Não descartarei os filmes, a música, o entretenimento saudável. Não quero conteúdo filosófico – para isto existem os livros – quero conteúdo artístico; Não quero realidade distorcida pelos interesses dos donos das emissoras ou dos jornais, quero ver os avanços da tecnologia gráfica e suas inovações estéticas; Não quero assimilar valores duvidosos, mas quero entender a que propósito eles estarão servindo; Não quero exercitar minha agressividade através dos bandidos super expostos e que tanta audiência promovem; Não quero ver violência, portanto, não me perguntem sobre a guerra. Talvez responda que o pivô de todos os conflitos seja a indústria de armas.
Como a vida não se resume aos meios de comunicação, seguirei meu caminho cultivando o “bom dia”, plantando o “muito grato” e semeando o “pode passar”. Vivendo de forma simples. Elevando-me à categoria dos pássaros, das flores, das plantas, enfim, dos outros entes da Natureza, dona dos nossos destinos e portadora das notícias verdadeiras sobre nós e o mundo. Por estarmos atentos ao que os meios de comunicação dizem, não percebemos a mensagem que a todo instante a Natureza nos passa: Construam seus castelos de poder; inventem seus deuses; desenvolvam suas técnicas e sonhem com o controle da vida e da morte, mas saibam que eu tenho o controle do universo ou o descontrole do universo me tem. Não se preocupem com o juízo final, pois ninguém será punido mais do que já é pela ignorância de si mesmo.
Não quero acompanhar a civilização e seus grandes feitos. Quero purificar-me dos males que ela já me causou e ainda me causa. Quero exorcizar a culpa que se alojou em minha cabeça e que as religiões - doenças culturais quase incuráveis - potencializam com seus mártires e doutrinas. Não quero confessar-me com padres, policiais, psiquiatras ou jornalistas. Meu único confessor de total confiança é a minha consciência e ela já me perdoou. Portanto, estou livre. Seguirei meu caminho pelo céu da Natureza, desviando das armadilhas do inferno que é a civilização.
Paulo Viana
8 comentários:
Paulo
De facto, somos bombardeados constantemente por insanas questões e falsos valores de civilização e civilidade de que temos que nos defender das mais variadas formas. Ora ignorando ou fazendo de conta que não vemos ou percebemos, ora lutando contra e criando estratagemas de convivência. Nenhum homem é uma ilha! Porém, todo o homem deseja sê-lo a determinado momento da vida. E a imaginação é a sua melhor arma. Assim nascem os ideologistas, os inventores, os poetas...na busca dum mundo diferente onde tudo se harmoniza segundo as regras da natureza: ser e sentir. E uma luz surge...inesperadamente!
Um beijinho.
Oi, Isabel!
Como sempre um comentário que combina sensatez com poesia.
Muito Grato
Paulo
olá Paulinho,
acredito que só as pessoas de espírito muito elevado e valores bem construídos tem condição de tomar decisões assim e certamente você se inclui entre eles, grupo do qual também faz parte o professor Vicente Sampaio, que deixou de lado toda e qualquer interferência "alienígena" e dedicou-se integralmente à leitura dos livros que compulsivamente adiquiriu durante a vida, certamente planejando a chegada desse momento. gostaria de um dia a ter a coragem de tomar essa decisão.
Abraços.
Fernão
Olá, Fernão!
O Professor Vicente Sampaio, seu Pai, foi um ícone que sempre nos causou muito admiração e ainda causa. Estou muito longe do que ele foi e minhas pretensões não chegam a tanto. Mas foi um grande exemplo que, indubitavelmente, me inspira.
Você tem muito a contribuir com o que de bom essa civilização ainda produz. Portanto, ainda é cedo para essa renúncia.
Um grande abraço.
tio,
Você é um homem de muitos valores, tornando-lhe cada dia mais admirável. Adorei o texto!
um beijo
Oi, Ana Raquel!
Muito grato pelo comentário, viu?
Tenho o privilégio de pertencer a uma família maravilhosa e você faz parte dela, além de ser muito especial, pela sua personalidade e seu jeito descolado de encarar a vida.
Um beijo
Um magnífico texto!! Já estou quase aí. Televisão desconheço, jornais idem, sou ignorante, não me importo...a consciência, sim. Toda a razão.
Obrigada pelas palavras que me emocionaram no meu romãs...vou seguir-te. Beijos deste lado do oceano...
Paula
Muito grato.
Estarei acompanhando seu romãs, sempre.
Abraços.
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