Não quero filosofar sobre mundos
Eles existem e ponto
Carrego comigo um deles
Com todo o peso da existência
E com a suavidade da essência
Uma entrelaçada a outra
Repartindo minhas dores e prazeres
À noite, ao deitar, repousa o existir
Deixando fluir o essencial
Lampejos oníricos de anseios e conflitos
Ainda estou ali, porque sou noite e dia
Sol e escuridão, luz e trevas
Sou o animalesco suor do desejo
E a serenidade da reflexão
Por vezes esqueço a placidez
E a energia do fulgor anímico brilha
Então porque pensar sobre mundos?
Eu sou meu próprio mundo
Por vezes me harmonizo com os outros
Buscando o equilíbrio de estar e não estar só
Porque existo na essência do outro
E sou essência da sua existência
Não quero a filosofia dos mundos
Quero a vivência deles
Na carne e no espírito
Consumir todo o fogo, até as cinzas
Cingindo meu caminho no tempo
Até passar sob o umbral do infinito
Paulo Viana