sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Tuas Mãos

Olha tuas mãos...

Elas são pergaminhos da tua história

Das tuas dores, dos teus prazeres

Dos movimentos

Para acariciar, para conceber e sentir

Acenos, gestos, líquidos, sólidos

Macios, rudes, espinhosos, suaves

Rostos frios, mãos quentes

Olha tuas mãos...

O tempo as veste, lentamente,

Com luvas marcadas por linhas sábias

Testemunhas do abrir e fechar

Do encolher-se e estender-se

Rápido, forte, lento, mímico

Sempre, firme, soltas, sóbrias

Olha tuas mãos...

Deixa que elas acariciem teu rosto

Sentes a pele de tuas palmas

Sentirás o tempo.

Paulo Viana