Olha tuas mãos...
Elas são pergaminhos da tua história
Das tuas dores, dos teus prazeres
Dos movimentos
Para acariciar, para conceber e sentir
Acenos, gestos, líquidos, sólidos
Macios, rudes, espinhosos, suaves
Rostos frios, mãos quentes
Olha tuas mãos...
O tempo as veste, lentamente,
Com luvas marcadas por linhas sábias
Testemunhas do abrir e fechar
Do encolher-se e estender-se
Rápido, forte, lento, mímico
Sempre, firme, soltas, sóbrias
Olha tuas mãos...
Deixa que elas acariciem teu rosto
Sentes a pele de tuas palmas
Sentirás o tempo.
Paulo Viana