domingo, 8 de agosto de 2010

Dia dos Filhos

Nós, os pais, imaginamos que nossa experiência possa conduzir a vida dos filhos de forma que eles não cometam os erros que supostamente tenhamos cometido. É natural e obrigatório, desempenhando esse papel de Pai, querermos o melhor para suas vidas, não só com a intenção de exercer a responsabilidade e ficar com a consciência tranquila. Porém, quero crer que a maior parte do esforço em mostrar nossas experiências, citar os erros, enumerar os acertos, enfim, indicar o”caminho das pedras”, é desconsiderada. Os jovens têm seus próprios horizontes. Os valores são outros, o momento é historicamente diferente e as perspectivas são diversificadas. Não podemos exigir que sigam o mesmo caminho que seguimos. Podemos, sim, dizer como foi nossa caminhada.

Seria bom se, indicando o rumo que entendemos como ideal para a vida dos nossos filhos, eles não ficassem fragilizados pela falta da vivência e pela oportunidade perdida de conviver com a realidade crua; com o experimentar do inesperado; com a exigência de uma escolha rápida; com a necessidade de desistir e tomar outro rumo e com a busca de realizar seu próprio sonho.

Nossos filhos não precisam que digamos qual o caminho que eles têm que seguir. Eles precisam da oportunidade para que possam fazer suas próprias escolhas, confiantes em suas atitudes, corretos em seus comportamentos e fortes para erguer-se de cada queda que venham a sofrer. Para isso, é preciso que sintam o amor que temos por eles. E não basta dizer que os amamos. Não é suficiente prover de todos os bens materiais que desejam. É preciso mostrar, a cada dia, que esse amor é verdadeiro: não superprotegendo-os, mas oferecendo atenção, carinho, disciplina, exemplos e, sobretudo, perdão.

Devo dizer, no entanto, que cada experiência é única. Cada relação entre pais e filhos tem suas próprias características e seu dinamismo. Não há um manual que possa ser aplicado a todos os casos. Mas podemos dizer, com certeza, que quando nossos filhos tiverem seus próprios filhos dirão: “Agora eu sei o que meus pais queriam me dizer”.