sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Que venha o tempo

Que venha o tempo

Com sua pressa infalível

Seus desígnios imprevisíveis

Pois tenho vida

E que traga a seriedade

Pois tenho alegria

Que lance suas regras

Pois tenho anarquia

E tenho meus sonhos

Nem que brilhe o dia

E vindo ligeiro

Eu suavizo as horas

Que venha o ocaso

Pois tenho auroras

Que venha o tempo

E passe sozinho

Porque quero infinito

Esse meu caminho

Paulo Viana

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Entrelinhas

Há versos ocultos em meu silêncio

Rima desencontrada de saudade

Aflitos decassílabos

Insistentes sonetos

Tão sólidas imagens de desejos

De beijos, de lembranças

Há perfumes no hálito da imaginação

Tão fortes odores

Tão cristalinas pétalas

Que faz a tarde parecer um lírio

Há um desencanto nesse tempo

Nessa hora de um ano distante

Passado que se passa por presente

Há, ainda, imenso e nebuloso desafio

Manter silenciado o sentimento.

Paulo Viana