Não sei quem distribui a alegria, a paz a saúde e o amor. Não sei também qual o critério usado para a distribuição. Tenho certeza, no entanto, que a quantidade existente não é suficiente para todas as pessoas, nem para todo o tempo, pois vemos muita discórdia, desamor, doenças e tristeza.
Inegável é, mesmo que desejemos para todas as pessoas do mundo o melhor possível, que muitas viverão momentos terríveis em 2010. Isto é apenas uma constatação.
É improvável que um dia todas as pessoas tenham sua dose justa das coisas boas que possamos sentir. É incômodo imaginar que não haverá alegria, paz, saúde e amor para todos e aceitar o dinamismo dos contrários como motor da vida e do mundo.
Então essa tarefa, que nos cabe a cada fim de ano, de desejar para todos um Feliz Ano Novo é inglória, pois só atingirá a alguns. Mesmo assim desejamos, embora silenciosamente dedicando o desejo para aqueles que estão mais próximos.
O que poderíamos fazer a respeito?
Existe uma palavra que pode minimizar a desventura dos que não serão aquinhoados com sua dose de boas coisas: Solidariedade. Isso mesmo. Se estivermos entre aqueles privilegiados que serão contemplados com uma boa dose de alegria, de paz, de saúde e de amor devemos compartilhar com os não contemplados.
Levemos, então, alegria para os que estão deprimidos; saúde para os debilitados; paz para os belicosos e amor para os mal-amados. Não basta desejar, temos que agir, pois a alegria aumenta para quem alegra, a saúde se fortalece para quem cura, a paz se consolida para quem pacifica e o amor engrandece a vida para quem ama.
Por isso, caros amigos, permitam-me mudar a velha expressão que repetimos todo ano e ao invés de dizer “Feliz Ano Novo” quero dizer: Solidário Ano Novo! Afinal, se deixarmos que o acaso continue essa distribuição nada vai mudar em 2010, e todos nós queremos um ano mais justo. Pois vamos distribuir solidariamente o que o ano trouxer de bom para nós. O mundo certamente estará melhor em 2011.
Paulo Viana