Tenho escrito sobre assuntos polêmicos e feito provocações para despertar, em meus interlocutores, contestações ou concordâncias. Mas, o que tenho como resposta é um profundo silêncio, uma indiferença brutal e me pergunto: por que as pessoas não reagem às provocações?
A verdade é que ninguém quer saber se existe ou não vidas em outros planetas; se Deus existe; se há vida após a morte; se as virtudes devem basear o comportamento humano; se a vida no nosso planeta está se esvaindo; se o amor vale a pena As pessoas querem saber qual o produto tecnológico de ponta; qual o carro de designer mais bonito; qual a roupa da moda; quem é o artista mais badalado; qual o preço do objeto de consumo do vizinho; qual político do círculo de amizade vai estar no poder; onde está a fonte do prazer fácil e rápido.
Talvez exista uma faixa etária de mulheres que me contradiga e que ainda acredite no príncipe encantado e na vida a dois duradoura. Acredito até que essas mulheres esperam que apareça um cavaleiro cavalheiro que as tome nos braços e declare seu amor apaixonado.; leve-as para a cama e no dia seguinte telefone deslumbrado com a lembrança insistente do seu cheiro e do seu sorriso. Penso mesmo que, a despeito de muitas delas serem oriundas de casamentos mal-sucedidos, ainda desejem o matrimônio, posto que a encenação da igreja é um marco que aparentemente solidifica os relacionamentos, que consolida as paixões; que reafirma as intenções do amor diante do divino. Sei, no entanto, que nessa busca muitas delas se deparam com as surpresas da noite; os falsos nobres; as promessas decepcionantes; o sexo desprazeroso; os clichês do falso romantismo.
Nesse desencontro de anseios com a efetiva realidade hedono-consumista, principalmente do mundo masculino, estão as mulheres que dirigem empresas, presidem setores importante das repartições públicas, são profissionais liberais, enfim, possuem uma certa independência material e que, apesar de demonstrarem ser fortalezas em seus postos de trabalhos, são emocionalmente vulneráveis e sofrem com o surpreendente comportamento predominante dos machos, que querem aventuras rápidas e descomprometidas.
As novas gerações que “normatizaram” o descompromisso não se preocupam com o romantismo; não sofrem muito com as traições; não acreditam no amor como fonte alimentadora de um relacionamento onde os dois poderão envelhecer juntos. Podemos imaginar que está, portanto, nas mãos das mulheres da faixa etária citada acima a tarefa de não deixar morrer a fé no amor; no bom entendimento entre dois amantes; no romantismo que põe a vida e a natureza como fatores importantes do mundo; na possibilidade da fidelidade e da felicidade. Não sei como farão isso. Não sei se isso ainda é possível. Sei apenas que elas são as pessoas que estão com o controle nas mãos. Seja no campo do trabalho, seja na crença da força do amor.
Voltando às provocações, quero dizer que o que mais marca essas gerações, cuja salvação está nas mãos das mulheres maduras e sós, é a solidão, apesar de terem se multiplicado as formas de comunicação. Escrevemos quase que diariamente para todos os amigos e não falamos com nenhum, pois a mensagem é mais importante do que os interlocutores., por isso a mandamos para muitos, ao mesmo tempo, e nenhum nos responde. As minhas provocações são mensagens de um solitário que, apesar de ser enviadas para muitas pessoas quer, no fundo, obter pelo menos a resposta de uma delas. Talvez eu esteja contaminado pelo romantismo das mulheres de trinta a cinqüenta anos. Talvez eu ainda acredite na amizade.
Sestor Azimbara
A verdade é que ninguém quer saber se existe ou não vidas em outros planetas; se Deus existe; se há vida após a morte; se as virtudes devem basear o comportamento humano; se a vida no nosso planeta está se esvaindo; se o amor vale a pena As pessoas querem saber qual o produto tecnológico de ponta; qual o carro de designer mais bonito; qual a roupa da moda; quem é o artista mais badalado; qual o preço do objeto de consumo do vizinho; qual político do círculo de amizade vai estar no poder; onde está a fonte do prazer fácil e rápido.
Talvez exista uma faixa etária de mulheres que me contradiga e que ainda acredite no príncipe encantado e na vida a dois duradoura. Acredito até que essas mulheres esperam que apareça um cavaleiro cavalheiro que as tome nos braços e declare seu amor apaixonado.; leve-as para a cama e no dia seguinte telefone deslumbrado com a lembrança insistente do seu cheiro e do seu sorriso. Penso mesmo que, a despeito de muitas delas serem oriundas de casamentos mal-sucedidos, ainda desejem o matrimônio, posto que a encenação da igreja é um marco que aparentemente solidifica os relacionamentos, que consolida as paixões; que reafirma as intenções do amor diante do divino. Sei, no entanto, que nessa busca muitas delas se deparam com as surpresas da noite; os falsos nobres; as promessas decepcionantes; o sexo desprazeroso; os clichês do falso romantismo.
Nesse desencontro de anseios com a efetiva realidade hedono-consumista, principalmente do mundo masculino, estão as mulheres que dirigem empresas, presidem setores importante das repartições públicas, são profissionais liberais, enfim, possuem uma certa independência material e que, apesar de demonstrarem ser fortalezas em seus postos de trabalhos, são emocionalmente vulneráveis e sofrem com o surpreendente comportamento predominante dos machos, que querem aventuras rápidas e descomprometidas.
As novas gerações que “normatizaram” o descompromisso não se preocupam com o romantismo; não sofrem muito com as traições; não acreditam no amor como fonte alimentadora de um relacionamento onde os dois poderão envelhecer juntos. Podemos imaginar que está, portanto, nas mãos das mulheres da faixa etária citada acima a tarefa de não deixar morrer a fé no amor; no bom entendimento entre dois amantes; no romantismo que põe a vida e a natureza como fatores importantes do mundo; na possibilidade da fidelidade e da felicidade. Não sei como farão isso. Não sei se isso ainda é possível. Sei apenas que elas são as pessoas que estão com o controle nas mãos. Seja no campo do trabalho, seja na crença da força do amor.
Voltando às provocações, quero dizer que o que mais marca essas gerações, cuja salvação está nas mãos das mulheres maduras e sós, é a solidão, apesar de terem se multiplicado as formas de comunicação. Escrevemos quase que diariamente para todos os amigos e não falamos com nenhum, pois a mensagem é mais importante do que os interlocutores., por isso a mandamos para muitos, ao mesmo tempo, e nenhum nos responde. As minhas provocações são mensagens de um solitário que, apesar de ser enviadas para muitas pessoas quer, no fundo, obter pelo menos a resposta de uma delas. Talvez eu esteja contaminado pelo romantismo das mulheres de trinta a cinqüenta anos. Talvez eu ainda acredite na amizade.
Sestor Azimbara
6 comentários:
Paulo
Sempre houve e haverá romantismo, quer feminino, quer masculino. Uns mais, outros menos. Porém, existe uma enorme vergonha e um medo atroz de demonstrar sentimentos. Talvez porque normalmente somos traídos pelos mesmos. Mas, quando na massa do sangue pulsa, em qualquer situação, uma inesgotável ânsia de mudar as coisas, nada nem ninguém poderá alterar essa forma de pensar. Embora, isso faça de nós solitários entre a multidão, creio que somos muito mais felizes assim. A vida vivida com emoção é muito mais interessante e retributiva. Não sei se será o caminho para a felicidade mas que, vale a pena vivê-la emotiva e amigavelmente, lá isso vale. A maioria das pessoas, hoje em dia, é mais prática, fútil e consumista. O imaginário do principe encantado, do belo, do divino, do que nos possa fazer pensar no mistério da existência, do possível e do impossível, a poesia, a magia e o encanto, tudo isso considero ultrapassado e "demodé". O que funciona é o lucro, inclusive na amizade. Mas haverá lucro melhor que a auto estima??? Será as pessoas gostam de si próprias, ou pelo indagam as próprias consciências a respeito???
Um abraço
Isabel Branco
Uma pequena gralha e sua respectiva correcção:
Onde digo ...tudo isso considero ultrapassado e "demodé", quis dizer: ...tudo isso é considerado ultrapassado e "demodé".
Realmente a língua portuguesa é traiçoeira. como duas simples letras alteram tudo o que queremos dizer.
Que tal fazer o q realmente temos vontade, homens e mulheres satisfazendo o desejo simples da vida q é viver o q sentimos realmente,no aqui e agora, sem receio de opiniões, preconceitos... sem rotular nada nem ninguém, abrindo caminhos,pedindo licença com muito respeito a humanidade prá tentar simplesmen-
te sentir nem q seja por curtos períodos de tempo o prazer do q vc acha q pode ser "felicidade"?
bj. Inês
Eu acredito, sobretudo, que o sonho comanda a vida... mais do que o romantismo, embora eu seja, por natureza, uma mulher que crê no amor... um sentimento de respeito mútuo, baseado numa sólida amizade.
Por outras palavras, acredito, sinceramente, que "o amor é a forma ética da amizade", como diz Alberoni.
Obrigada por sua visita ao meu blog que aqui venho agradecer. Obrigada.
Paulinh9o,
Acho que o romantísmo é um tema que deixa as pessoas um pouco tímidas, como se fosse uma vergonha, ou frusteação para que quem se mostra romãntico.
É claro que uma forma maravilhosa de se expressar intimamente é ser romãntico. Criar imagens, isto nos faz muito bem.
Lindo texto.
abraços.
Paulinho, espero que esteja em paz e com saúde. É sempre bom ler contos e saber que há quem escreva, exponha seu raciocínio, sua sensibilidade, mas até mesmo expôr implica em questionamentos, contendas. Refiro-me a sua posição sobre provocações "A verdade é que ninguém quer saber se existe ou não vidas em outros planetas; se Deus existe; se há vida após a morte; se as virtudes devem basear o comportamento humano"... lembrei-me do programa Provocações, com Antônio Abujamra, livros que questionam, sim, a existência de Deus, a minha descrença em vida em outros planetas ou após a morte. Quanto às virtudes do comportamento humano, comungo com Einstein: "o homem está aqui pelo bem de outros homens - acima de tudo daqueles de cujos sorrisos e bem-estar nossa própria felicidade depende".
Postar um comentário