terça-feira, 21 de outubro de 2008

Inquietação

A minha inquietação não me deixa viver sem querer desvendar alguns mistérios da vida e do mundo. Nem mesmo Joseph Campbell, em seu livro o Poder do Mito, aliviou minha ansiedade ao dizer que o mundo é assim porque é assim. Não existem segredos. E nós, que fazemos parte do todo, jamais compreenderemos o universo, sem a interferência das limitações da nossa capacidade de conhecer.
Apesar disso, meu espírito não se conforma em não saber se temos companheiros em outros Planetas; se o universo é finito ou infinito, embora seja mais plausível a finitude e o Big Bang; qual o destino da vida num futuro longínquo e que outras energias novas serão descobertas. Terá a humanidade tempo para descobrir uma forma de transformar os sonhos em ondas eletromagnéticas e gravá-los? Serão os alienígenas seres religiosos ou, se não o são, como resolvem seus problemas espirituais? Quantas perguntas poderíamos fazer? Quantas respostas poderemos dar?
A maioria das pessoas está neutralizada pela crença em Deus. O espírito aberto com as indagações são fechados com Deus sendo a resposta para tudo. Até o conceito de Deus é uma dúvida para meu espírito agnóstico. Não sei. Tenho dúvidas. Não consigo acalmar-me vendo o tempo esvair-se e meu coração permanecer angustiado e a mente elaborando incessantemente questionamentos que os livros não esclarecem. Não consigo entender o que busca a natureza em sua transformação constante da matéria, chegando à forma humana, às suas inúmeros relações celulares, ao seu espírito imperfeito. Se me deram perguntas por que não me deram as respostas? Tenho que ir buscá-las? Até temos, nós, pobres humanos, encontrado, do nosso jeito, algumas respostas. Mas existem perguntas que jamais vamos poder responder. Ou até poderíamos, se tivéssemos tempo. Se a nossa ignorância não nos tivesse jogado no caminho irreversível que destrói nossa casa e mata a vida.
A verdade é que continuamos, após milhões de anos, cometendo erros que não deveríamos mais cometer; acertamos em algumas coisas. Na arte e nos esportes. São os únicos acertos humanos. A ciência foi um equívoco triplo. Primeiro pela motivação: a vontade de se eternizar; segundo pela metodologia e, finalmente o descaminho, ou seja, o fato de passar a ser usada em nome do lucro. A religião é um equívoco duplo: Primeiro pela motivação: a conformação com a finitude da vida; segundo pelo descaminho: o uso da Fé para obtenção e manutenção do poder.
Que me respondam os sábios! Que me acalmem o espírito! Que preencham a minha mente!



Sestor Azimbara

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