Um segundo, apenas,
Só para contemplar esse segredo
Vislumbrar os códigos secretos
Surfar na luz plena de todas as verdades
Mesmo que se revelassem somente delírios
Sem que a profundidade se confirmasse
Ou fosse o que se afirma na superfície
Suavemente, como um jardim de plumas
Tão evidente como a paisagem
Tornando vã toda a ansiedade de passeio pela transcendência
A inatingível dimensão onde habitam a bondade e a perfeição
Onde está a resposta da primeira luz
E antes? Ah, essa inquietação sem freio, vã ansiedade oportunista
Delirar sobre o tempo, sobre o vento, as estrelas, o ontem
Querer confrontar-se com o impalpável
Declinar do confortável véu da ilusão
Ah, esse desejo infindo de saber, de por as mãos na essência do impossível
Cavalgar sob o dorso invisível da inerência
Um segundo seria o bastante
Pois, se é que existe esse segredo, uma vez visto,
Naquele instantâneo e mágico segundo,
O tempo estaria congelado eternamente
Porque a verdade se perenizaria na gnose
E veríamos, por fim, a extremidade
Que nos puxa para a recomposição do silêncio
Mas que ainda tateia na efervescência barulhenta do caos
Paulo Viana
2 comentários:
Prezado Paulinho.
Estou sempre passando por aqui. As vezes em silencio, mas sempre admirando os seus poemas e comentando como hoje.
Abraços.
Obrigado, Antônio Morais. Para mim é um prazer a sua visita. Volte sempre, mesmo. Abraços
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