Não gosto de escrever sobre determinados assuntos porque eles têm o vício da informação comprometida, do interesse das fontes de onde colhemos dados para elaboração da nossa abordagem e do relativismo que devemos observar no acontecimento.
Peguemos, por exemplo, a política. Inicialmente temos que lembrar que a política tem suas próprias regras e seu objeto único e bem definido é o poder. As leis, por sua vez, se submetem às intenções dos políticos, pois se estiverem atrapalhando os interesses destes são modificadas. Assim, até as leis não são respeitadas pelas regras da política.
É claro que a política cria mecanismos que fazem parecer que suas regras atendem aos apelos da justiça. Neste sentido, conceitos como “Democracia” são sistematicamente mencionados e, em seu conteúdo, os interesses do capital são preservados, as sobras dos lucros absurdos distribuídas e um convincente aparelho conceitual reafirmado através de expressões como desenvolvimento, crescimento econômico, geração de empregos e intervenção positiva do Estado.
Hoje, de forma engajada e atuante, existe um terceiro setor, que, quando não envolvido no emaranhado jogo da corrupção, consegue influenciar um pouco e mudanças ocorrem nas relações entre indivíduo e Estado, ou mesmo entre minorias e políticas públicas.
Não podemos, no entanto, é desvincular política de economia. Por isso, me parece ridículo, e até patético, um País, que se proclama berço da democracia, casa da livre iniciativa, exemplo de “sucesso” do capitalismo, se deixar apanhar por um erro gerado pela simples falta de confiança, pois as regras não contavam com o descuido, a megalomania e o amor ao consumismo de alguns “homens de bem” e “instituições sérias.” Não bastasse essa fragilidade localizada, tais irresponsabilidades deixaram claramente transparecer o quanto a globalização é prejudicial aos mais fracos e desprovidos de reservas. Ou seja, por causa de um americano que tem vontade de ter uma casa maior do que seu dinheiro poderia pagar, um brasileiro pobre, sem emprego e sem onde morar, perde a oportunidade de ter sua casa construída através de um justo programa habitacional, de uma política pública que, ao invés de facilitar o investimento no sistema financeiro, atua para que a vida das pessoas melhore e o mundo se torne menos injusto. Destaque-se, portanto, que a tal crise é na realidade uma crise da civilização humana; agravada pelo desvirtuamento de suas prioridades e pela supremacia do egoísmo, em detrimento das relações fundamentadas no pacto da justiça, do bem-estar de todos e da solidariedade. Bem, não custa sonhar com um ser humano assim.
Sei bem que os fatos não são simples como fiz parecer que eram. Estes assuntos de economia são muito mais complexos e, não sendo economista, não me arvorarei em querer aprofundá-los. Quero apenas mostrar que a ideologia do capitalismo é um engodo e a democracia é a máscara pacífica, funcional e eficaz, para que as grandes massas se conformem e atravessem a vida esperando que Deus dê um jeito. Por outro lado, não estou pregando a revolução armada, não quero que pessoas morram. É porque olho para o nosso Planeta como se estivesse sentado na lua e “daqui” é de impressionar a combinação da ingenuidade da grande maioria com a esperteza de uns poucos. Também, não é por menos, esses poucos contam com a obediência de homens bem armados, que são capazes de matar para defendê-los e seus bens. Sem contar com o poderoso freio moral imposto a mais de dois mil anos pela mitologia do herói, salvador, que humildemente deu sua vida para “salvar” a humanidade.
O mais curioso é saber que o “grande” homo sapiens, inteligente, racional, perspicaz e dominador da natureza, não tenha conseguido descobrir um jeito de viver organizado sem necessitar de uma escala hierárquica e uma estrutura de poder, onde uns são menos importantes do que outros e, por isso, têm qualidade de vida inferior. Será que não existe alternativa? Não quero pensar, novamente, que a humanidade não tem solução e que o mundo seria sem graça se houvesse igualdade material e de oportunidade.
Paulo Viana
Peguemos, por exemplo, a política. Inicialmente temos que lembrar que a política tem suas próprias regras e seu objeto único e bem definido é o poder. As leis, por sua vez, se submetem às intenções dos políticos, pois se estiverem atrapalhando os interesses destes são modificadas. Assim, até as leis não são respeitadas pelas regras da política.
É claro que a política cria mecanismos que fazem parecer que suas regras atendem aos apelos da justiça. Neste sentido, conceitos como “Democracia” são sistematicamente mencionados e, em seu conteúdo, os interesses do capital são preservados, as sobras dos lucros absurdos distribuídas e um convincente aparelho conceitual reafirmado através de expressões como desenvolvimento, crescimento econômico, geração de empregos e intervenção positiva do Estado.
Hoje, de forma engajada e atuante, existe um terceiro setor, que, quando não envolvido no emaranhado jogo da corrupção, consegue influenciar um pouco e mudanças ocorrem nas relações entre indivíduo e Estado, ou mesmo entre minorias e políticas públicas.
Não podemos, no entanto, é desvincular política de economia. Por isso, me parece ridículo, e até patético, um País, que se proclama berço da democracia, casa da livre iniciativa, exemplo de “sucesso” do capitalismo, se deixar apanhar por um erro gerado pela simples falta de confiança, pois as regras não contavam com o descuido, a megalomania e o amor ao consumismo de alguns “homens de bem” e “instituições sérias.” Não bastasse essa fragilidade localizada, tais irresponsabilidades deixaram claramente transparecer o quanto a globalização é prejudicial aos mais fracos e desprovidos de reservas. Ou seja, por causa de um americano que tem vontade de ter uma casa maior do que seu dinheiro poderia pagar, um brasileiro pobre, sem emprego e sem onde morar, perde a oportunidade de ter sua casa construída através de um justo programa habitacional, de uma política pública que, ao invés de facilitar o investimento no sistema financeiro, atua para que a vida das pessoas melhore e o mundo se torne menos injusto. Destaque-se, portanto, que a tal crise é na realidade uma crise da civilização humana; agravada pelo desvirtuamento de suas prioridades e pela supremacia do egoísmo, em detrimento das relações fundamentadas no pacto da justiça, do bem-estar de todos e da solidariedade. Bem, não custa sonhar com um ser humano assim.
Sei bem que os fatos não são simples como fiz parecer que eram. Estes assuntos de economia são muito mais complexos e, não sendo economista, não me arvorarei em querer aprofundá-los. Quero apenas mostrar que a ideologia do capitalismo é um engodo e a democracia é a máscara pacífica, funcional e eficaz, para que as grandes massas se conformem e atravessem a vida esperando que Deus dê um jeito. Por outro lado, não estou pregando a revolução armada, não quero que pessoas morram. É porque olho para o nosso Planeta como se estivesse sentado na lua e “daqui” é de impressionar a combinação da ingenuidade da grande maioria com a esperteza de uns poucos. Também, não é por menos, esses poucos contam com a obediência de homens bem armados, que são capazes de matar para defendê-los e seus bens. Sem contar com o poderoso freio moral imposto a mais de dois mil anos pela mitologia do herói, salvador, que humildemente deu sua vida para “salvar” a humanidade.
O mais curioso é saber que o “grande” homo sapiens, inteligente, racional, perspicaz e dominador da natureza, não tenha conseguido descobrir um jeito de viver organizado sem necessitar de uma escala hierárquica e uma estrutura de poder, onde uns são menos importantes do que outros e, por isso, têm qualidade de vida inferior. Será que não existe alternativa? Não quero pensar, novamente, que a humanidade não tem solução e que o mundo seria sem graça se houvesse igualdade material e de oportunidade.
Paulo Viana
3 comentários:
Caro Paulinho,
Os políticos não são bobos. Realmente, a máquina política, nas três esferas, é uma das gangues mais organizadas que eu conheço. As leis são desrespeitadas e o teatro é a constante maior nesse grande palco de vida e de morte que é o nosso planeta e as nossas instituições.
O homem comum continua esmagado pelo poder, e é a grande vítima dessa pseudo-democracia instalada. A crise é a forma mirabolante encontrada para que todos paguem pelo erro (ou esperteza?) de alguns.
Sem mais delongas.
Há políticos e Políticos. Há presidentes e Presidentes. Há homens e Homens.Há a vontade de acertar.Há a torcida para errar. Há (ou houve) um bush no poder.Há Lula no Poder. Há e haverá sempre a esperança em dias melhores. Há e haverá sempre Fé em Deus e nos Homens de Boa Vontade.
um bjin Paulin
Ronilda e Sávio,
Mantenho a minha admiração pela pessoa do Lula, porém, como qualquer chefe de governo, ele é apenas um "diretor de um esquete" nesse grande teatro cuja produção é financiada pelo capital internacional. Como um bom diretor, ele tenta impor a sua visão na abordagem do texto, mas acaba prevalecendo o interesse dos produtores do espetáculo.
Grato pela contribuição.
Paulo
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