Ao nascer, trazemos, além das forças da natureza, uma carga arquetípica, toda a programação genética, os instintos e a pureza dos primeiros momentos da vida. A partir daí tem-se início a desconstrução desses fatores com a pressão cultural da super-estrutura. Começa o processo de formação da nossa personalidade que nada mais é do que a síntese desse confronto: natureza Xcultura. O que é reprimido se instala em zonas psicológicas remotas e o que é aceito utilizamos para a interação com os outros. Surge o ego. Uma deformação de nossa essência que apresentamos ao mundo para que não sejamos condenados pelas regras estabelecidas num acordo firmado ao longo da história da humanidade. Em termos coletivos esse acordo é útil. Individualmente ele é perverso, mutilador.
Assim, duas forças básicas passam a conduzir nossas ações: a razão e a emoção. A razão é moderadora, cultural, organiza e obedece aos interesses coletivos, sempre com a tendência para favorecer a quem detém o poder. A emoção é sanguínea, imediata, individual, embora possa “contaminar” outros em situações especiais quando surge a turba descontrolada. A emoção possui suas próprias regras, é desencadeada por fatores biofisicoquímicos e psicológicos; pode ser agressiva ou branda; silenciosa ou barulhenta. A razão é acionada para buscar um certo equilíbrio, para fomentar a adaptação. A emoção é acionada quando a adaptação já não é mais possível e o próprio corpo busca o reequilíbrio. A razão produz o comportamento ético, aceitável e sugere as bases do que é considerado o bem. A emoção é livre e não se submete aos princípios do bem o do mal. A razão vê o belo. A emoção o sente; A razão elabora as formas; a emoção processa os conteúdos; A razão define as técnicas; a emoção acrescenta os sentimentos. A razão organiza os pensamentos; a emoção os utiliza como disfarce. A razão prescreve o dever; a emoção noticia o desejo. A razão enobrece com as virtudes mas desumaniza a nossa essência; a emoção se degrada com os vícios mas fortalece a nossa alma; A razão intercepta a vontade; a emoção abre caminhos para ela; A razão luta contra a paixão; a emoção alia-se a ela; Somente no amor a razão e a emoção estão unidos. Por que o amor é o filho sublime da união entre razão e emoção.
Pouquíssimas são as pessoas que observam em que circunstâncias suas emoções surgem. No entanto é possível que, através de uma observação sistemática, possamos combinar razão e emoção, gradativamente, minimizando os efeitos negativos que causam atitudes impensadas, sem que nosso corpo sofra as conseqüências de uma repressão violenta à emoção.
No processo de adaptação ao convívio com as regras e com os outros reprimimos emoções que deveriam ser incorporadas à nossa personalidade. Cedo ou tarde elas ressurgem, deformadas, querendo ocupar o seu espaço. Devemos encontrar um método, uma forma, um procedimento, enfim, um jeito de reintegrarmos esses conteúdos que ficaram para trás, recuperando, assim, a nossa verdadeira essência. Esse caminho pode ser a auto-análise, a terapia, uma experiência alucinógena, atividade religiosa ou mesmo a observação sistemática. O importante é não atravessarmos toda a nossa vida, numa experiência única, sem buscarmos compreender quem somos nós.
Sestor Azimbara
Assim, duas forças básicas passam a conduzir nossas ações: a razão e a emoção. A razão é moderadora, cultural, organiza e obedece aos interesses coletivos, sempre com a tendência para favorecer a quem detém o poder. A emoção é sanguínea, imediata, individual, embora possa “contaminar” outros em situações especiais quando surge a turba descontrolada. A emoção possui suas próprias regras, é desencadeada por fatores biofisicoquímicos e psicológicos; pode ser agressiva ou branda; silenciosa ou barulhenta. A razão é acionada para buscar um certo equilíbrio, para fomentar a adaptação. A emoção é acionada quando a adaptação já não é mais possível e o próprio corpo busca o reequilíbrio. A razão produz o comportamento ético, aceitável e sugere as bases do que é considerado o bem. A emoção é livre e não se submete aos princípios do bem o do mal. A razão vê o belo. A emoção o sente; A razão elabora as formas; a emoção processa os conteúdos; A razão define as técnicas; a emoção acrescenta os sentimentos. A razão organiza os pensamentos; a emoção os utiliza como disfarce. A razão prescreve o dever; a emoção noticia o desejo. A razão enobrece com as virtudes mas desumaniza a nossa essência; a emoção se degrada com os vícios mas fortalece a nossa alma; A razão intercepta a vontade; a emoção abre caminhos para ela; A razão luta contra a paixão; a emoção alia-se a ela; Somente no amor a razão e a emoção estão unidos. Por que o amor é o filho sublime da união entre razão e emoção.
Pouquíssimas são as pessoas que observam em que circunstâncias suas emoções surgem. No entanto é possível que, através de uma observação sistemática, possamos combinar razão e emoção, gradativamente, minimizando os efeitos negativos que causam atitudes impensadas, sem que nosso corpo sofra as conseqüências de uma repressão violenta à emoção.
No processo de adaptação ao convívio com as regras e com os outros reprimimos emoções que deveriam ser incorporadas à nossa personalidade. Cedo ou tarde elas ressurgem, deformadas, querendo ocupar o seu espaço. Devemos encontrar um método, uma forma, um procedimento, enfim, um jeito de reintegrarmos esses conteúdos que ficaram para trás, recuperando, assim, a nossa verdadeira essência. Esse caminho pode ser a auto-análise, a terapia, uma experiência alucinógena, atividade religiosa ou mesmo a observação sistemática. O importante é não atravessarmos toda a nossa vida, numa experiência única, sem buscarmos compreender quem somos nós.
Sestor Azimbara
5 comentários:
Sinto nos teus textos o quanto tens potencial para entender e comentar as "coisas" da vida e da alma e que faz tão bem para quem lê. Permita-me fazer a analogia:
Acredito que esta seja a maneira de você reconhecer a existência de Deus, e escrever seja a tua prática de oração.
isle
Consiguiste me emocionar com teu comentário. Quanto à analogia, sinto-me apenas incapz de afirmar ou negar a existência de uma entidade tão grande como se pretende que seja Deus. Pena que homens impuros tenham contaminado com suas pretensões de poder e em detrimento da ingenuidade da grande maioria da humanidade, um conceito que poderia ser melhor vivenciado por todos. Um beijo.
Dizer que Paulin arrasa nos textos é lugar comum... dizer que arrasou no nome do blog é constatar a criatividade e a sensibilidade existentes em Paulin... adorei as fotos, adorei o blog e, principalmente, adorei os textos, inclusive a veia poética de nenen. bjins
Valeu pelos elogios, Ronilda. Você e uma prima especial. Na verdade a sexta irmã.Beijo
Postar um comentário