quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Entrelinhas

Há versos ocultos em meu silêncio

Rima desencontrada de saudade

Aflitos decassílabos

Insistentes sonetos

Tão sólidas imagens de desejos

De beijos, de lembranças

Há perfumes no hálito da imaginação

Tão fortes odores

Tão cristalinas pétalas

Que faz a tarde parecer um lírio

Há um desencanto nesse tempo

Nessa hora de um ano distante

Passado que se passa por presente

Há, ainda, imenso e nebuloso desafio

Manter silenciado o sentimento.

Paulo Viana

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