Tenho tentado utilizar as novas regras da reforma gramatical e, por não consultá-las, porque realmente é chato, às vezes tenho que corrigir palavras em textos passados. Vou ser mais cuidadoso com essas regras, afinal, se quero escrever tenho que, no mínimo, procurar escrever de forma correta. Vocês, leitores, me ajudem.
Fico imaginando que importância terá essa reforma para os Orkuteiros e a grande maioria que usa o MSN. Para eles, de nada adiantará essa mudança. Eles criaram sua própria linguagem, cuja regra se baseia no fato de não saberem escrever mesmo. Até que foram inteligentes, pois disfarçaram o desconhecimento da língua pátria na criação de uma ortografia específica para sua comunicação.
Não quero ser reacionário e nem tentar lutar contra uma coisa inevitável, já institucionalizada no mundo virtual, que passa, sistematicamente a ser utilizada no mundo real, mas defendo, veementemente, os valores da nossa cultura. O idioma, com suas normas, com sua dinâmica coloquial é um dos principais bens de um povo. Apesar disso, entendo que é melhor criar um dialeto em cima do Português do que usar palavras e expressões estrangeiras para tentar valorizar o que se está nomeando. Isso revela um sentimento de inferioridade provinciano.
Não bastasse o uso de palavras estrangeiras, vemos, gradativamente, morrer tradições importantes da nossa cultura, na gastronomia, nas artes, no comportamento e em muitos outros aspectos, sendo substituídos por elementos da cultura colonialista da globalização.
Temos grandes exemplos de países que, após serem massacrados por catástrofes e guerras, deram a volta por cima e se transformaram em grandes potências econômicas. Podemos citar o Japão. Isso aconteceu porque eles têm uma cultura sólida, um povo determinado a defender seu território, seus valores e suas conquistas. Claro que não podemos comparar, com o Japão, o Brasil, jovem nação colonizada de forma atabalhoada, cujas riquezas foram profundamente afetadas, em toda a sua história; cujas vertentes culturais, embora tenham trazido inúmeras riquezas em todos os campos, não podiam se unificar, solidificando-se, criando raízes fortes para fugir da grande investida internacional. Um dos principais grupos da formação da nossa cultura, os índios, foram massacrados. Os negros, com seu maravilhoso potencial cultural, foram escravizados, só contribuindo depois, quando as elites intelectuais reconheceram o valor dos elementos culturais africanos, embora as elites econômicas já o soubessem, sem querer reconhecer. Principalmente na gastronomia. O Japão é milenar e tem basicamente um povo unificado em termos étnicos.
Sei que a globalização é inevitável, mas quero dizer que, no futuro, quando as catástrofes anunciadas começarem a acontecer, aqueles países que mantiveram suas culturas, seu povo unido, com objetivos bem determinados, com valores fortes, com o sentimento de nação terá mais chances de sobreviver, de se defender. Melhor seria se vivêssemos o mundo do Imagine de John Lennon, mas sabemos que não será assim e haverá disputa por água, por floresta e por ar menos poluído.
Por isso quero valorizar meu idioma, a rapadura, a tapioca, o samba, a Caipora, a Mãe D’água, a Capoeira e o Candomblé. Sem desmerecer o Rock e o chocolate, que são muito bons, também.
Paulo Viana
Fico imaginando que importância terá essa reforma para os Orkuteiros e a grande maioria que usa o MSN. Para eles, de nada adiantará essa mudança. Eles criaram sua própria linguagem, cuja regra se baseia no fato de não saberem escrever mesmo. Até que foram inteligentes, pois disfarçaram o desconhecimento da língua pátria na criação de uma ortografia específica para sua comunicação.
Não quero ser reacionário e nem tentar lutar contra uma coisa inevitável, já institucionalizada no mundo virtual, que passa, sistematicamente a ser utilizada no mundo real, mas defendo, veementemente, os valores da nossa cultura. O idioma, com suas normas, com sua dinâmica coloquial é um dos principais bens de um povo. Apesar disso, entendo que é melhor criar um dialeto em cima do Português do que usar palavras e expressões estrangeiras para tentar valorizar o que se está nomeando. Isso revela um sentimento de inferioridade provinciano.
Não bastasse o uso de palavras estrangeiras, vemos, gradativamente, morrer tradições importantes da nossa cultura, na gastronomia, nas artes, no comportamento e em muitos outros aspectos, sendo substituídos por elementos da cultura colonialista da globalização.
Temos grandes exemplos de países que, após serem massacrados por catástrofes e guerras, deram a volta por cima e se transformaram em grandes potências econômicas. Podemos citar o Japão. Isso aconteceu porque eles têm uma cultura sólida, um povo determinado a defender seu território, seus valores e suas conquistas. Claro que não podemos comparar, com o Japão, o Brasil, jovem nação colonizada de forma atabalhoada, cujas riquezas foram profundamente afetadas, em toda a sua história; cujas vertentes culturais, embora tenham trazido inúmeras riquezas em todos os campos, não podiam se unificar, solidificando-se, criando raízes fortes para fugir da grande investida internacional. Um dos principais grupos da formação da nossa cultura, os índios, foram massacrados. Os negros, com seu maravilhoso potencial cultural, foram escravizados, só contribuindo depois, quando as elites intelectuais reconheceram o valor dos elementos culturais africanos, embora as elites econômicas já o soubessem, sem querer reconhecer. Principalmente na gastronomia. O Japão é milenar e tem basicamente um povo unificado em termos étnicos.
Sei que a globalização é inevitável, mas quero dizer que, no futuro, quando as catástrofes anunciadas começarem a acontecer, aqueles países que mantiveram suas culturas, seu povo unido, com objetivos bem determinados, com valores fortes, com o sentimento de nação terá mais chances de sobreviver, de se defender. Melhor seria se vivêssemos o mundo do Imagine de John Lennon, mas sabemos que não será assim e haverá disputa por água, por floresta e por ar menos poluído.
Por isso quero valorizar meu idioma, a rapadura, a tapioca, o samba, a Caipora, a Mãe D’água, a Capoeira e o Candomblé. Sem desmerecer o Rock e o chocolate, que são muito bons, também.
Paulo Viana
7 comentários:
Ti paulin... Beleza maxo?!
Rapaz, tenho lido o teu blog e gostaria de expor que TÁ MUITO MASSA!!! Os textos são muito ricos e nos fazem refletir bastante sobre esse sistema babilônico que nos manipula (mas que a maioria do "povo" não percebe né má?) e também sobre a simplicidade na qual a gente deve levar a vida e na complexidade da vida que a gente leva. Pois é, tô com saudade de todas as pessoas dai e do clima do ambiente de Pacoti também!! Vou chegar por ai no 10o. festival de Jazz&Blues de guaramiranga, se a carona ajudar eu passo por ai! :)
Sim, você pediu ajuda sobre o novo sistema da gramática brasileira, ai vai uma dica: JAMAIS TREMA EM CIMA DE LINGUIÇA! Hehehe...
Um grande abraço!!! Valeu!!
Felipe Viana Bezerra Maia.
Felipão!
Valeu pela presença. Passe por aqui, cara. Venha curtir um pouco da Paca. Aqui a gente só treme de frio. Com trema ou sem trema, de linguiça eu tô fora. Só como carne branca.
Abração.
Paulo
Defensora que sou do que temos de mais belo e transmissível: a língua pátria e horrorizada tantas vezes com os pontapés gramaticais que por aí proliferam em ditos vultos da literatura portuguesa, para não falar do lixo que prolifera pelo MSN concordo que todo o cuidado é pouco nesse sentido.
Vão-se apagando os costumes e tradições sendo estes substituídos por invasões culturais diversas e perdendo-se o genuíno e típico de cada povo.
É a lei dos tempos onde se perdem os valores e se cultiva a má educação e a falta de civismo e de civilidade. Como em tudo, tem um reverso da medalha permitindo em simultâneo adquirir um banho de culturas e de humanidade. Mas, por favor e em recado aos mais jovens: não assassinem a língua portuguesa que é tão bela, tão rica e universal!
Paulo, bom fim de semana e continua com o óptimo trabalho que vens desenvolvendo. Gosto de te ler e aprender coisas novas contigo.
Um beijinho.
Paulim,
Mesmo com o assassinato da gramática, por burrice ou praticidade, sei lá, mas sempre haverão os poetas para apimentarem a nossa língua. Eu tbm "gosto de sentir a minha língua roçar a língua de Luiz de Camões"... mas tbm do falso inglês relax dos surfistas, qualé brow! O brasil nunca teve uma cultura própria definida. Mesmo as nossas referências mais remotas têm o pé na África. Depois os europeus e agora essa miscigenação toda. Somente toda essa mistura é que nos salva e nos salvará de ridículos tiranos. "Mas se Deus quiser um dia eu quero ser índio, viver pelado pintado de verde..."
Abraços
Isabel
Grato pelo comentário. Sinto-me honrado.
Tenho acompanhado também o seu trabalho e não canso de comentar com amigos a qualidade dos seus poemas. Você sabe usar com maestria a bela língua portuguesa.
Abraços
Luiz
Conheço algumas pessoas com esse nome. Não sei qual deles você é. Não pude identificar. Mas você concorda comigo sobre nosso país não ter uma cultura de uma fonte única. A miscigenação enfraquece em alguns aspectos e fortalece em outros. A nossa música, por exemplo, é uma das mais belas do mundo por causa da mistura. Mas temos nossos valores culturais que deveriam ser preservados. O idioma é um deles.
Um abraço.
Só para lhe situar, o Luiz do comentário é o Biga, que por sua vez tem esse nome por uma origem romana (dos carros) e tbm dos nossos índios como uma corruptela de buga. Kkkkkkk! Miscigenação total!!!
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