terça-feira, 23 de julho de 2013

Não sou pó
Nem o vento me leva ao seu prazer
Tenho o peso do tempo em minha estrada
Tenho o sopro do amor em meu viver
Serei pó
Porém antes navego em nado pleno
Uso a força das águas como vento
Sou o riso e o drama que enceno
Não sou só
Solidão é apenas companhia
Quando a alma se veste de si mesma
E encara sozinha a travessia
Serei só
Mas ser só é o destino da viagem
Mesmo tendo deixado a multidão
Com o tempo seremos só miragem
Paulo Viana

sexta-feira, 19 de julho de 2013

  Escrevo para um leitor adormecido
  Ainda desconectado e distante
  Um olhar frio, inconstante
  Familiar, mas desconhecido
  E quando meu verso for acolhido
  Serão consolidados os cordões
  E com a musicalidade das canções
  Dance na alma de quem acordou
  Para que a marca viva do que sou
  Encontre abrigo em outros corações
 Paulo Viana
 
  

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Quero um lugar onde eu possa expressar os sabores do silêncio que minha alma guarda. Libertar os dizeres que procuram se vestir de palavras, como o registro da minha existência. Porque o silêncio é puro, mas há momentos em que se faz necessário derramar sentimentos nele, como se fossem tintas ou luzes, pois o tempo merece ser cingido com nossas cores.
Quero que meu coração comunique seu ritmo, suscitando a mudança do ritmo de outros corações. Harmonizando as notações sanguíneas e compondo melodias para o enlevo da convivência neste lapso maravilhoso que o tempo nos proporciona.
Quero, por fim, anunciar, na busca incansável pela palavra certa, a musicalidade adequada, seja em prosa ou em verso, de que é feita a minha alma, e como ela responde aos  estímulos que o mundo me oferece e que nomeamos vida.
É este,o meu lugar. Talvez um pouco solitário, mas, com certeza, pronto para receber a única coisa que tenho para dar, que é o sabor do meu silêncio.
Paulo Viana